domingo, 24 de abril de 2011

ESCRAVIDÃO- TRABALHO COM MÚSICA

Canções do Descobrimento

Olodumaré (Antônio Nóbrega e Wilson Freire)

Vou-me embora dessa terra...

– Olodumaré...

Para outra terra eu vou...

– Olodumaré...

Sei que aqui eu sou querido...

– Olodumaré...

Mas não sei se lá eu sou...

– Olodumaré...

O que eu tenho pra levar...

– Olodumaré...

É a saudade desse chão...

– Olodumaré...

Minha força, meu batuque...

– Olodumaré...

Heranças da minha nação...

Ainda me lembro

do terror, da agonia,

como um louco eu corria

para poder escapar.

E num porão

de um navio, dia e noite,

fome e sede e o açoite

conheci, posso contar.

Que o destino

quase sempre foi a morte,

muitos só tiveram a sorte

da mortalha ser o mar.

Na nova terra

novos povos, novas línguas,

pelourinho, dor, à mingua

nunca mais pude voltar.

E mesmo escravo

nas caldeiras das usinas,

nas senzalas e nas minas

nova raça fiz brotar.

Hoje, essa terra

tem meu cheiro, minha cor,

o meu sangue, meu tambor,

minha saga pra lembrar.



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